terça-feira, 24 de julho de 2012

Ninguém nasceu gostando de cerveja!


Quando a gente nasce, vem com um paladar que vai sendo construído aos poucos.

Observei o paladar dos meus sobrinhos ser construído lentamente, e por pais que sempre comeram de tudo, portanto, sempre foram estimulados a experimentar de tudo!


O Yuri veio primeiro, nasceu em 2000, ainda no século passado, mas não por isso atrasado. Minha irmã, sempre muito esperta, aprendeu  a negociar a fruta com o doce, a salada com o suco, segurou o refrigerante por muito tempo, e nunca deu muita bola pra birra, e sempre levou ele junto na feira junto com ela, para ele ajudar a escolher o que ia ter na mesa durante a semana. Desde cedo ele sempre gostou muito de brócolis, de couve-flor, claro, que ele já ranhetou muito, especialmente com coisas novas, ele prefere o que ele já conhece ao novo, não gosta muito de experimentar, especialmente com doces, ele não gosta muito de fugir do chocolate, do pudim de leite, nem do doce de leite. Uma vez, na praia, muito pequeno, fui comprar sorvete pra ele, e não tinha de chocolate, comprei o de açaí sem medo, ele nem reparou, era quase da mesma cor! Acho que o ritual do sorvete na praia era mais importante do que o sabor do sorvete!

Já a Clara, mulher, mais moderna e já desse século, nasceu em 2002, sempre teve um espírito mais desbravador. Já sentada no colo da mãe dela, agarrava a xícara de café espresso, sem açúcar, e tomava, chupava limão, caçava ervas no quintal da bisa e comia sem medo de ser feliz. Um dia, entrando no supermercado comigo, por volta de uns 4 anos de idade falou: - Tia Fê, compra uma coisa pra mim? - Eu esperei que o pedido fosse por bala, chocolate, ou algo do gênero, mas o pedido prosseguiu assim - Você compra coraçãozinho de frango? - Claro que eu comprei! Outra vez, na cozinha, enquanto nós duas estávamos preparando um jantar criado por ela, ela desfolhava o manjericão, duas folhas ela colocava na pilha, uma ela comia, alho cru também, enquanto picava comia, ela nunca teve medo de experimentar esses sabores fortes. Com a idade algumas coisas vieram, o açúcar no café, a teima em experimentar coisas novas, dizer que não gosta mesmo sem nunca ter comido, mesmo assim ela continua gostando mais de chocolate amargo do que de chocolate ao leite, e adora pimenta. Um paladar muito interessante para uma garota de 9 anos não?


Agora... voltando ao título do post. Hoje eu estava me lembrando das primeiras vezes que eu tomei cerveja na vida. Não... eu não gostava de cerveja, e tenho bastante certeza de que meus amigos, que tomavam bastante cerveja na praia e no bar, também não gostavam de cerveja, com o tempo a gente foi se habituando a gostar, e hoje em dia somos muito exigentes, não aceitamos qualquer cerveja. Se foi assim com a cerveja, porque não podemos fazer assim com o chuchu? Porque não fazemos assim com o coitado e mal falado jiló?

Eu demorei alguns anos para gostar de alguns alimentos, e com o tempo fui me habituando a gostar deles.Hoje em dia adoro quiabo, especialmente bem refogado, com gotinhas de limão para secar a tal da baba; minha mãe gosta da baba, eu não! Aprendi que o que gosto no quiabo é a textura das sementinhas, e esse sabor até um pouco untuoso parece que gruda mesmo, quando penso nele me dá até água na boca, mas não gosto do excesso dessa baba.Quanto ao jiló, depende da circunstância...  mas eu gosto sim, mas não é pra todo dia! Gosto muito de chá de boldo, mas não gosto do chá de saquinho, só daquele feito da folha, gosto do amargor, e não é só no dia seguinte que extrapolei com o fígado, gosto do sabor mesmo, me habituei a ele.


Tenho minhas birras também, claro... repolho cru é uma das minhas birras, não consigo, acho ruim, só como se não tem outra maneira, e eu não posso recusar...  eu cubro de azeite, mas, como uma boa neta de alemão adoro chucrute, especialmente dentro do cachorro quente! Tenho paixão por acidez, pepino em conserva, azeitona, carambola verde, limão, vinagre... assim vai.

Pense no seguinte, qual alimento que você não gosta? Ou melhor... quais?  De repente, é só uma questão de hábito, afinal de contas, você se habituou a tomar cerveja não?
Vou te fazer uma proposta, faça um teste, tente ir se habituando a ele... lentamente...  Não adianta colocar na boca e engolir rapidamente, tem que saborear, perceber o que você gosta e o que você não gosta nele.

Pegue um alimento que você gosta, coloque na boca, e tente perceber quais são todas as qualidades dele que você gosta, textura, sabor, acidez, doçura...  Entenda porquê você gosta dele!

Depois pegue um alimento que você não gosta, não comece pelo mais odiado, pegue um que você acha tolerável, e faça a mesma análise, e entenda o porquê você não gosta dele! Ou melhor... de repente, você percebe... que não tem razão nenhuma para você não gostar dele, é só pura falta de hábito! Pronto! Você é uma nova pessoa! Pronta para adquirir um novo hábito!

Se você leu este post e pensou em alguma coisa que você não gosta imediatamente, eu agradeceria imensamente que você escrevesse nos comentários o nome do alimento que você não gosta!
(Pode ser anônimo!)


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Você tem fome de quê?



Existem muitas coisas que abrem o meu apetite, e existem muitas coisas que acabam com o meu apetite, e, surpreendentemente, nem sempre o que abre o meu apetite é bom, e nem sempre o que acaba com o meu apetite é ruim.

Andei conversando muito e observando muito sobre esse assunto por aí, amor,paixão, desamor, raiva, ódio e o apetite, como essas coisas influenciam o apetite e o que você come, e como a comida cai no seu estômago.
Já ouvi muito falar que a paixão emagrece e o amor engorda, concordo e descordo...

Quando eu estou feliz, animada, apaixonada, eu realmente, perco o apetite, esqueço de comer, mas quando estou triste, sofrendo, deprimida, também perco o apetite, também não como...

Para mim a tristeza vem acompanhada da inapetência, passei por uma fase triste, que felizmente, e surpreendentemente passou muito rápido, só que na seqüência dessa fase, percebi que a minha alimentação estava absolutamente equivocada. E conforme a minha alegria foi voltando, meu apetite também e eu fui reaprendendo a comer.

Nesses meses emagreci muitos e muitos quilos, e não só isso mudou em mim, todo mundo que me encontra me diz: - Nossa Fê, como você está diferente! - Alguns sabem o que é, outros não! Quem está mais próximo sabe que estou mais leve não só fisicamente, mas também na alma... Sim, a alma está mais leve, estou mais feliz, sorrio muito mais, danço mais, saio mais, cozinho mais, converso mais, enfim, saiu uma nuvem cinza de cima da minha cabeça. E o que o apetite e a alimentação tem haver com isso? Ah... pra mim tem tudo!

O amor próprio reflete diretamente na nossa beleza... sim, eu me sinto mais bonita, acho que por isso os outros também acabam me achando mais bonita, não são só os quilos perdidos. Daí vem uma preocupação com o que entra pela boca, e não pode ser qualquer coisa, não vou comer o que eu "carinhosamente" apelidei de McShit, ou algo que simplesmente me empapuce, e não traga nenhum prazer, nessa "brincadeira" acabei eliminando praticamente tudo que vem do pacote, não suporto mais o sabor de mais nada dessas coisas. Outro dia, em uma viagem de carro, uma amiga comprou um pacote de batata frita, e eu comi algumas... e eu me perguntei... como eu conseguia comer isso antes? É muito ruim! O sabor é muito ruim, eu só podia não estar prestando atenção no que eu estava comendo quando comia isso!

O mais engraçado, é que comecei a comer algumas coisas que não comia antes, como bacon! Eu quase nunca comia bacon, e agora que estou emagrecendo... eu como... irônico não? Mas é que agora aprendi a dosar certas coisas! E acho que estou aprendendo a medida, estou aprendendo o equilíbrio...

Aqui vai uma das minhas receitas preferidas, as batatas "fritas" de forno!


Batata Frita de Forno

Ingredientes:

- Quantas batatas quiser!
- Água em abundância
- Uma panela que o tamanho vai variar conforme a quantidade de batatas
- Sal
- Azeite

Modo de Fazer:

- Pré-aqueça o forno em temperatura alta!

- Coloque a água para ferver, com um punhado de sal! (Eu prefiro o sal marinho, sempre.)

- Eu gosto de fazer as batatas com casca, mas tem gente que prefere sem, faça como preferir! Corte as batatas em palitos gordinhos, ou magrinhos, como for a sua preferência, sempre!

- Assim que a água ferver coloque as batatas na água, para as mais magrinhas eu conto 12 minutos, para as mais gordinhas eu conto 15, costuma dar certo, o segredo é ficar de olho e não deixar elas ficarem muito moles. Se você acha que elas estão ficando muito moles, tire antes do tempo marcado!

- Escorra muito bem as batatas.

- Coloque as batatas em uma assadeira e jogue um pouco de sal sobre elas, neste momento você pode aromatizá-las com ervas, com alho, ou até com um sal aromatizado. Depois regue com uma quantidade generosa de azeite. Não precisa escorrer azeite, mas todas precisam ter recebido pelo menos um fiozinho de óleo. depois chacoalhe elas, pode ser com a mão para todas ficarem igualmente besuntadas.

- Abaixe a temperatura do forno para médio alto e coloque a assadeira lá, e vá observando, aí é uma parte muito subjetiva... eu gosto das minhas batatas bem douradinhas, então acabou deixando as batatas por uns 30, 40 minutos, mas isso depende do tamanho das batatas, e da potência do seu forno, se você estiver com pressa, você também pode ligar o grill do seu forno para acelerar o processo.

Eu particularmente adoro fazer essas batatas para acompanhar um peixinho com ervilhas passadas na manteiga, mas ficam ótimas com praticamente qualquer coisa!









domingo, 1 de julho de 2012

De Farinha e Alma



Toda vez que eu entro na cozinha eu me entrego...

Eu não consigo não ser intensa... não consigo não colocar minha personalidade em tudo o que faço!

Talvez essa seja a minha maior qualidade e o meu maior defeito!

Sou assim o tempo todo, 24 horas por dia, 7 dias por semana!

Já ouvi amigos falando que eu me exponho demais, já ouvi gente falando que eu eu preciso ser mais calma, que eu preciso ser menos... mas... eu me pergunto... se eu for menos... ainda serei eu?

Sou ansiosa, sou rápida, sou over, quero mais, quero tudo, quero sempre, quero mais!

Andei reparando que na minha comida essas características estão presentes. Eu gosto de pungência, mas não gosto de doçura em excesso...

Por exemplo: Adoro acidez, picância, provocação em forma de sabor, mas não gosto de doçura em excesso, chocolate ao leite, torta holandesa... Acho que eles são óbvios demais, e não tem a graça da provocação...

Gosto do amargor do jiló.

Gosto de suar com a pimenta.

Gosto de sentir o bafo do alho.

Gosto de sentir o limão picando a língua.

Pode ser simples... pode ser simplesmente uma picada de uma mexerica.

Pode ser complexo como a picância da mostarda dijon.

Gosto também de sentir entre os dedos a massa do pão integral cedendo por insistência e ficando cada vez mais leve ao ser sovada. Essa intensidade tem uma intenção!

Mas gosto também do equilíbrio entre essas intensidades...

Aqui vai uma receita que equilibra a intensidade da acidez do limão, e da doçura do mel. Boa para ser servida com uma boa torta ou quiche...







Salada de abobrinha marinada com mel e limão siciliano

Ingredientes:
2 abobrinhas médias (italiana)  (400grs)
3 colheres de chá de sal
1 colher de sopa de mel
4 colheres de sopa de azeite
Raspas de 1 limão siciliano
4 colheres de sopa de suco de limão siciliano (suco de 1 limão)
4 ramos de tomilho
Alface americana
Radicchio
Palmito Pupunha

Modo de fazer:


 
  1.      Passe as abobrinhas no ralador, fazendo fatias finas. Reserve.
  2.       Lave bem o limão e tire as suas raspas, depois o esprema e reserve seu suco.
  3.       Desfolhe o tomilho e reserve as folhas.
  4.       Em uma tigelinha misture o sal, o mel, as raspas do limão e o seu suco. Misture bem com um garfo até dissolver bem o mel. Adicione as folhas de tomilho.
  5.       Jogue esse molho sobre as abobrinhas e deixe marinando por aproximadamente 15 minutos, nesse tempo a abobrinha amolecerá, mas ainda manterá sua crocância. 
  6.       Sirva sobre uma cama de folhas de alface americana e radicchio, com rodelas de palmito pupunha.









terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Livros de receitas - as histórias que ainda não foram escritas

Folheando, folheando, folheando, 
horas delirando,
sonhando, 
sentindo o cheiro, e o sabor, 
SI NES TE SI CA MEN TE

Só imaginando...

Onde comprar?
Para quem fazer?
Com quem dividir?
Quem vai gostar?

Ahhhh
Qual panela?
Qual espátula?
Tenho o tempero?

Isso tem na minha despensa?
Esse eu quero hoje?
Esse eu quero para amanhã!
Esse eu farei para impressionar!

Sinto o calor do forno nas pernas
Quanto tempo vai demorar para assar? 
Melhor frito ou assado? 
Deixo marinando por quantas horas?
Ah... claro que vou colocar mais alho!

Escolho a sobremesa agora?
Amargo?
Perfumado sem dúvida
Quantas pessoas mesmo?
Morango não!
Quero com maçã!
Ah... são tantas opções... que eu continuo essa história amanhã!